Declaração

O blogue que se segue pode conter linguagem susceptível de ferir a sensibilidade dos leitores, pelo que se agradece que pense duas vezes antes de espreitar.

Todas as palavras aqui postadas NÃO SÃO OFENSAS GRATUITAS. São pagas, desde há séculos, com o sofrimento de milhares de touros.

Enquanto os aficionados ofenderem a minha sensibilidade, eu sinto-me no direito de ofender a deles.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Não confundam o maioral com a maioria!

Para quem já se deu ao trabalho de ler todas as minhas postagens, deve compreender que eu não sou mais do mesmo. Ou seja, não sou apenas mais um anti que - não percebendo nada de tauromaquia - apenas diz que não gosta e pronto!

Nada disso! É certo que eu não gosto e pronto, mas sou daquelas pessoas que defendem que para se criticar é preciso conhecer. E foi isso que eu fiz. Conheço (e muito bem) este universo. Aliás, garanto-vos que numa discussão com uma amiga aficionada lhe dei 10-0 em conhecimentos tauromáquicos [cá para mim ela só gosta e pronto].

Mas claro que por muito bem informado que um tipo seja, não domina tudo. E é aqui que eu levanto uma dúvida. A qual não se prende tanto com os touros mas sim com os aficionados.

Por que raio, os aficionados insistem em considerar-se a maioria dos portugueses? A sério!? Não percebo!

Reparem, independentemente do meu clube de futebol (o qual não vem para o caso) eu sei que os portistas e os sportinguistas, por muito amor que tenham aos respectivos clubes, têm perfeita noção de que são uma minoria, pois é evidente que os benfiquistas são mais!

Por muitas pessoas que gostem de ópera neste país, os apaixonados por este espectáculo, têm a noção de que são uma minoria.

Apesar de o casamento gay ser válido, os homossexuais continuam a ser uma minoria...

Nestas coisas das maiorias e das minorias, é fácil perceber de que lado estão uns e outros. E mesmo que a contragosto, toda a gente sabe de que lado da barricada está.

No fundo, não consigo compreender o porquê de os aficionados continuarem a insistir que são a maioria do povo português.

Não me prendo a sondagens encomendadas (as quais podem ser facilmente manipuladas, tanto para um lado como para outro), não me prendo a questionários na internet (os quais podem ser falseados, tanto para um lado como para o outro). Vou mais longe! Tenho a certeza disto pela simples razão de observar a realidade e ser racional. Não sigo a emoção. 

A maioria dos aficionados estão no Ribatejo e no Alentejo, não no país todo! Grande parte do país era simplesmente desinteressado. Alguns ainda aceitavam as touradas pela tradição e cultura portuguesas mas, as novas gerações vieram contradizer os pais e avós. E o desinteresse de outrora veio dar lugar ao repúdio!

É isso que os aficionados não querem ver. Há cada vez mais antis porque as pessoas já não são, apenas, desinteressadas. Já discutem. Já se exprimem.

É claro que agora, estão a pensar: "Só no Ribatejo e no Alentejo? Que estupidez! Há aficionados em todo o lado."
Claro que sim! Mas também há antis em todo o lado! Contudo, a grande concentração de fãs encontram-se nestas províncias!

A verdade, é que conheço muito mais pessoas cujos pais e avós gostavam de touradas e os próprios não gostam do que o contrário! Ou seja, vai sendo esta a tendência cada vez maior!

E mesmo olhando para as minhas relações sociais (e apesar de ter uma meia dúzia de amigos realmente aficionados) a verdade é que conto com mais de uma centena que (apesar de não serem activos na luta pelo fim das corridas) não gostam e confessam desejar a sua abolição.

Eu não trabalho no Instituto Nacional de Estatística mas parece-me fácil perceber a disparidade dos números só por falar com as mais variadas pessoas com quem me vou cruzando.

E tenho a certeza de que se houvesse um Referendo, a maioria do povo português não ia às urnas, mas ainda assim, ganharia a abolição!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Pense bem no que quer responder ao Tourinho... ou leva uma cornada!